ISLAM: A RELIGIÃO DA COERÊNCIA
A concepção fundamental do Islam é de que o Universo é criação de Deus (Allah em árabe), o Senhor Supremo de todas as coisas, Ele é Uno e nada compartilha com Ele a Divindade. É Deus quem reina, sustenta e mantém todo o Universo.
Criou o homem e fixou para cada pessoa um período determinado que ele deve passar na terra. Deus lhe prescreveu um código de vida, mas ao mesmo tempo deu-lhe a liberdade absoluta de escolher se deve ou não adorá-lo. Quem opta por seguir este código revelado por Deus ao Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) é muçulmano (fiél, submisso a Deus) e quem opta por recusá-lo é Káfir (infiel, incrédulo).
A pessoa entra no Islam quando crê sinceramente e professa a Unicidade de Deus e na Profecia de Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele). Estes dois requisitos de fé são expostos sucintamente na sentença: “Não há outra divindade além de Deus e Muhammad é o Mensageiro de Deus”
A Unicidade de Deus
Uma concepção revolucionária que constitui a essência de todos os ensinamentos do Islam. Significa que só há um Criador para todo o Universo, Ele é Todo- Poderoso, Onisciente, Onipresente e Ele é Quem sustenta todo o universo.
Quem observa o poder inesgotável da natureza, a finalidade de sua criação, sua relatividade e destruição de tudo que é socialmente danoso, como poderia deixar de concluir, que, atrás dela há um Ser que abarca tudo e cujas atividades criadoras e incessantes se manifestam objetivamente através do Universo quase infinito; do vasto panorama da natureza, com seu charme e beleza que penetram o coração; o levante e o poente, ordenado do sol; a impressionante harmonia das estações; a seqüência do dia e da noite; o ciclo incessante da água; as flores o a vegetação delicada, sob nossos pés, tudo isso converge para um fato: Deus existe e é Único. Somos testemunha de uma ordem impecável no Universo. Será possível que não haja para isso um único ordenador? Temos diante dos nossos olhos uma beleza cativante e uma harmonia total em todo o seu funcionamento. Será possível que não precisam de um criador?
Observamos uma finalidade magnífica por trás da natureza, poderia ela prescindir de um planejador? Percebemos um objetivo grandioso na existência física e humana. Será possível que não existe uma vontade para promovê-la? O Universo é como um romance fascinante, escrito de forma descomunal. Poderia ele existir sem autor?
“Ó humanos, adorai o vosso Senhor, que vos criou, bem como a vossos antepassados, quiçá, assim tornar-vos-eis virtuosos. Ele fez-vos da terra um leito e do céu um teto, e envia do céu a água com a qual faz brotar os frutos para vosso sustento. Não atribuais semelhantes a Deus, conscientemente.” (Alcorão 2:21-22)
A Unicidade de Deus é a doutrina fundamental para a qual Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) chamou a humanidade. E uma concepção metafísica importante que dá a resposta a todos os enigmas do Universo. Ela nos indica a supremacia da lei no Universo, sob o véu de uma diversidade manifesta e aparente. Assim, o Cosmos representa uma visão unificada do mundo e oferece a nossos olhos um Universo integral. Isso está em contraste notável com os pontos de vista dos cientistas e filósofos que se preocupam com apenas exames superficiais, sem ter uma visão global do Universo.
A doutrina da Unicidade de Deus revela diante de nossos olhos a verdade. Depois de tatear na escuridão durante séculos, o ser humano começa a enxergar a veracidade desta concepção e o pensamento científico moderno caminha nesta direção. Não se trata, contudo, de uma simples concepção metafísica ou meras palavras jogadas a esmo, sem nenhum sentido. Trata-se de uma crença dinâmica e de uma doutrina revolucionária. Ela significa que todos os seres humanos são criaturas de um só Deus , e portanto, são todos iguais, a discriminação baseada na cor da pele, na classe social, na raça ou no território não tem nenhum fundamento racional e não passa de uma grande ilusão.
Não passa de noções baseadas na ignorância que levara o ser humano à escravidão. A Humanidade forma uma única família, e não pode haver razões para esse tipo de barreiras, os seres humanos são iguais: Não há burguês ou proletário, branco ou negro, ocidental ou oriental. O Islam estabelece, assim, a concepção revolucionária da Unidade dos seres humanos, o Mensageiro de Deus veio unir a humanidade com a palavra de Deus:
“E apegai-vos, todos, ao vínculo de Deus e não vos dividais; recordai- vos das Suas mercês para convosco, porquanto éreis adversários e Ele conciliou vossos corações e, mercê de Sua graça, converteste- vos em verdadeiros irmãos.” (Alcorão 3:103)
Esta concepção coloca, também, em relevo a verdadeira posição do ser humano no Universo. Ela enuncia que Deus é o Criador, o Soberano, e que o ser humano é Seu Legatário na terra. Isto eleva o ser humano a uma nobre posição, cercado de dignidade, a de ser o representante de Deus na terra. Isso resolve os problemas embaraçosos da sociedade humana e estabelece um sistema social onde a igualdade, a justiça, a paz e a prosperidade reinam. O ponto de partida do Islam é esta crença na Unicidade de Deus.
Profecia de Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele)
A segunda parte da sentença indica que Deus não abandonou o ser humano sem um guia quanto à conduta de sua vida, Ele revelou a Sua vontade a Seus mensageiros e Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) foi o último deles, crer num Profeta é crer na sua mensagem, aceitar a lei que ele transmite e seguir o código que ele nos ensinou.
Assim, o segundo princípio fundamental do Islam é a crença na profecia de Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), aceitar a religião que ele ensinou e seguir as ordens que ele transmitiu, isso nos conduz automaticamente ao terceiro princípio fundamental do Islam.
Crença no Dia do Juízo Final
O mundo, de acordo com os ensinamentos do Islam, é um lugar de provas, e o ser humano será julgado, ele terá que prestar conta de tudo que ele tiver feito. A vida na terra chegará ao fim um dia, e após isto um outro mundo será estabelecido.
É a vida após a morte, onde o ser humano será recompensado ou punido por suas boas obras ou por seus erros e pecados. Aqueles que levarem no mundo atual uma vida de obediência a Deus, desfrutarão de uma felicidade eterna no outro mundo, e aqueles que desobedecerem as ordens, provarão os frutos amargos de sua desobediência, o Alcorão nos diz a respeito do Dia do Juízo Final:
“E a cada pessoa lhe penduramos ao pescoço a sua obra, e no Dia da Ressurreição, apresentar-lhe-emos um livro (um registro), que encontrará aberto. (E ser-lhe-á dito): Lê o teu livro! Hoje bastará tu mesmo para julgar-te.” (Alcorão 17:13-14)
E também:
“Aqueles que tiverem praticado o bem obterão algo melhor que isso; por outra, quem houver praticado o mal, (que saiba que) os malfeitores não serão recompensados, senão segundo o que houverem feito.” (Alcorão 28:84)
Assim, os princípios fundamentais da fé islâmica são em número de três:
1- Crença na Unicidade de Deus;
2- Crença na profecia de Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) e nos ensinamentos que ele transmitiu;
3- Crença no Dia do Juízo Final e na responsabilidade do ser humano por tudo que fizer nesta vida, devendo prestar contas a Deus naquele Dia.
Qualquer um que, professa e age de acordo com essas crenças é muçulmano, todas essas concepções são englobadas sucintamente na sentença:
“Não há outra divindade além de Deus e Muhammad é o Mensageiro de Deus.”
Principais Características do Islam
“Eu sempre tive uma grande estima pela religião de Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) pois é cheia de vitalidade maravilhosa. É a única religião que me parece conter o poder de assimilar a fase evolutiva da existência – poder que pode se tornar tão atraente em toda época. Estudei este homem maravilhoso, e a meu ver, longe de ser o anti-cristo, ele deve ser chamado de salvador da humanidade. Penso que se um homem como ele estivesse no governo do mundo moderno, ele conseguiria resolver seus problemas de uma forma que traria a paz e a felicidade tão necessárias. Fiz uma previsão sobre a religião de Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), que ela será aceita pela Europa de amanhã, como ela já começou a ser aceita pela Europa de hoje.” (The Genuine Islam – Singapore – George Bernard Shaw)
A questão é saber quais são as características do Islam que atraíram no passado e que tornam esta religião atraente, mesmo na idade moderna. Alguns destes traços são enumerados a seguir:
1º- Simplicidade, Racionalismo e Praticabilidade:
O Islam é a religião que não tem nenhuma mitologia. Seus ensinamentos são simples e lógicos. Ele é desprovido de superstições e de crenças irracionais. A Unicidade de Deus, a Profecia de Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) e a concepção de uma vida após a morte são os artigos de base desta religião, estes artigos de fé se apoiam sobre a razão e lógica.
Todos os ensinamentos do Islam decorrem destas crenças fundamentais, simples e diretas. Não há nem hierarquia sacerdotal, nem idéias abstratas e forçadas, nem ritos ou rituais complicados. Cada um tem o dever de conhecer de perto o Livro de Deus, diretamente, e colocar em prática os ensinamentos e mandamentos que ele contem. O Islam desperta no ser humano a faculdade racional, encorajado e o obriga a ver as coisas em sua verdadeira perspectiva, à luz da realidade.
“… Dize: O Senhor! Aumenta-me em sabedoria.” (Alcorão 20:114)
“… Dize: Poderão, acaso, equiparar-se os sábios com os insipientes?…” (Alcorão 39:9)
“Criamos para o Inferno numerosos gênios e humanos com corações com os quais não vêem e ouvidos com os quais não ouvem. São como as bestas, quiçá pior, porque não compreendem.” (Alcorão 7:179)
O Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) disse:
“Aquele que sai de sua casa em busca do saber, anda no caminho de Deus.”
“A busca do saber é dever de todo muçulmano e muçulmana.”
“Adquiram o saber pois, aquele que o adquire com a intenção de aprazar a Deus, faz um ato de piedade; aquele que o recorda louva a Deus; aquele que o leciona faz caridade; e aquele que o compartilha com os demais faz um ato de devoção a Deus.”
“Deus não aceita intenções desacompanhadas de atos que confirmem a sinceridade das mesmas, e não aceita atos que não sejam movidos por boas intenções.”
Em suma, o Islam é uma religião simples, racional e prática, é assim que o Islam tira o homem do mundo das superstições e da ignorância e o introduz no mundo do saber e do conhecimento.
Além disso, o Islam é prático e não permite discussões teóricas e fúteis que só conduzem ao equívoco e a ignorância, para esta religião, a fé não é apenas uma profissão de crenças, mas a engrenagem mestra da vida. Uma conduta reta deve acompanhar a crença em Deus. A religião deve ser vivida, e não deve ser um instrumento de louvor verbal e de palavras insinceras.
“Dize: (ó Muhammad) sou tão-somente um mortal igual a vós, a quem lhe foi revelado que vosso Deus é um Deus Único. Por conseguinte, quem espera o comparecimento ante seu Senhor, que pratique o bem e não associe ninguém a Ele.” (Alcorão 18:110)
2º- Unidade do Espírito e da Matéria:
Há um traço peculiar ao Islam: o de não admitir a divisão da vida em partes separadas – material e espiritual – e considera a vida como um todo, sustenta e proclama não uma negação da vida, mas a perfeição da mesma.
O Islam não aceita o ascetismo e não pede ao homem abster-se das coisas materiais, assegura que a elevação espiritual é alcançada por uma vida piedosa através das dificuldades, dos altos e baixos da vida e não por uma renúncia ao mundo, o Alcorão nos ensina a orar assim:
“… Ó Senhor nosso! Concede-nos a felicidade neste mundo e no mundo futuro e preserva-nos do tormento infernal.” (Alcorão 2:201)
Disse o Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele):
“O muçulmano que convive com seus semelhantes e suporta pacientemente os incômodos que lhe advêm disso é melhor do que aquele que se isola e não consegue suportar os incômodos das pessoas.”
Certa vez uma senhora queixou-se ao Profeta que seu marido estava em constante jejum, passava a noite a rezar e não dava atenção, devido a isso, a seus hospedes. O Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) chamou-o e lhe disse:
“Jejue e quebre o jejum; dorme e levante-se para rezar de noite, pois você tem dever para com seu corpo, dever para com seu cônjuge e dever para com o seu hospede.”
O Islam, portanto, não admite nenhuma dissociação entre a matéria e o espírito, o temporal e o sacro e exalta o ser humano a consagrar toda a sua energia para a construção da vida sobre bases saudáveis. Ensina-lhe que os poderes espirituais devem ser conjugados aos poderes materiais para realizar a felicidade plena.
O mundo sofreu com a clara parcialidade de muitas religiões e ideologias. Algumas enfatizaram o lado espiritual da vida em detrimento do lado material e temporal, consideraram o mundo como se fosse uma ilusão, uma decepção e uma armadilha.
De outro lado, as ideologias materialistas rejeitaram e abandonaram completamente o aspecto espiritual e moral, qualificando-o de fictício e imaginário, estas duas atitudes são na origem dos problemas que assolam a humanidade, privando-a da paz, da prosperidade e da tranquilidade. Até em nossos dias, este desequilíbrio é evidente, o cientista francês ”Dr. de Brogbi” disse muito bem:
“O perigo inerente a uma civilização muito materialista volta- se, em suma, contra ela mesma. É o desequilíbrio que resultaria, se um desenvolvimento da vida espiritual, manifestando-se paralela- mente, não conseguisse restabelecer o equilíbrio necessário.”
Segundo ”Lord Sneli”:
“Nós erguemos uma estrutura externa bem proporcionada, mas esquecemos a necessidade essencial do lado interno. Fizemos muitos esforços para desenhar, decorar e polir o exterior da cúpula, mas a parede interna ficou toda deformada e bruta; colocamos todos os nossos conhecimentos acumulados e todos os nossos poderes a serviço do corpo, mas negligenciamos a alma, deixando-a se empobrecer.”
O Islam visa estabelecer um equilíbrio entre esses dois aspectos da vida, seus ensinamentos respondem às necessidades tanto espirituais como temporais do ser humano, ordena-lhe purificar a alma e, reformar a vida material, tanto a individual como a coletiva e estabelecer o direito no lugar da força e a virtude no lugar do vício, assim, o Islam é a favor do caminho do meio.
3º- Um Modo de Vida Completo:
O Islam não é uma religião no sentido comum e deformado da palavra, limitando seu alcance ao domínio privado da vida do ser humano, é um modo de vida completo que responde a todas as necessidades da existência humana.
O Alcorão pede ao ser humano que abrace o Islam em sua totalidade, sem nenhuma reserva. De fato, infeliz o dia em que os objetivos o as atividades da religião foram limitados à esfera da vida privada do ser humano, e quando seu papel social e cultural foram reduzidos a nada.
“Jamais enviamos um mensageiro que nao fosse para ser obedecido como Deus ordena…” (Alcorão 4:64)
Qual! Por teu Senhor não crerão até que te tomem por juiz de suas dissensões e não objetem ao que tu tenhas sentenciado, e aceitem (o seu julgamento) de bom grado.” (Alcorão 4:65)
Mesmo um estudo superficial dos ensinamentos do Islam nos mostra que é um modo de vida completo e perfeito que abrange tudo.
4º- Equilíbrio Entre o Individualismo e o Coletivismo:
Há um outro aspecto particular ao Islam: Estabelecimento de um equilíbrio entre o individualismo e o coletivismo. Ele reconhece a personalidade individual do ser humano e assegura que cada indivíduo é responsável diante de Deus, a Quem deverá prestar conta de todos os seus atos.
Garante os direitos fundamentais dos indivíduos e não permite que ninguém viole estes direitos. Considera como um dos principais objetivos o pleno e saudável desenvolvimento da personalidade humana. Não compartilha do princípio ideológico de que o homem deve perder sua individualidade para o bem da coletividade, da sociedade ou do Estado:
“Acaso, não foi inteirado de quanto encerram os livros de Moisés? E os de Abraão, que cumpriu (suas obrigações)? Que nenhum pecador arcará com culpa alheia? E que o homem não obtém senão o fruto de seu proceder? E que seu proceder será examinado? Depois, ser-lhe-á retribuído com a mais equitativa recompensa? ” (Alcorão 53:36-41)
De outro lado, desperta no ser humano o sentido da responsabilidade social e recomenda ao indivíduo cooperar para o bem da sociedade. A oração é feita em congregação, o que incute a ideia da disciplina social. A obrigação do Zakat recai sobre cada um, individualmente:
“Em seus bens, os mendigos e os desafortunados têm um direito determinado.” (Alcorão 51:19)
Em suma, o Islam não enfatiza o direito individual em detrimento do social e estabelece um equilíbrio entre os dois e destina a cada um o que lhe é de direito.
5º- Universalismo e Humanismo:
A mensagem do Islam destina-se à humanidade inteira. Deus no Islam é o Senhor de todas as criaturas e o Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) é o mensageiro de Deus a todos os seres humanos:
“E não te enviamos senão como alvissareiro e admoestador para a totalidade dos humanos…” (Alcorão 34:28)
“Bendito seja Aquele Que revelou o discernimento a seu servo (Muhammad), para que fosse admoestador da humanidade.” (Alcorão 25:1)
O Islam estabelece a igualdade entre todos os homens, qualquer que seja a cor de sua pelo, sua língua, sua raça ou nacionalidade. Dirige-se e faz o apelo à consciência de todos os homens e derruba todas as barreiras artificiais de raça, estatuto e riqueza. Não se pode negar que estas barreiras sempre existiram e continuam a existir, numa época que se diz muito esclarecida.
Assim, o Islam sustenta um ponto de vista internacional na sua perspectiva dos problemas humanos e não admite as barreiras, as distinções e as disputas nacionais, trazendo uma mensagem de vida, de esperança e prometendo um futuro glorioso.
6º- O Permanente e o Imutável:
O Islam representa esta ideologia que satisfaz as exigências de estabilidade e de mudança. Uma reflexão mais profunda nos revela que a vida não é nem tão rígida que não admite mudança, e nem flexível, pura e simplesmente. Os problemas fundamentais da vida permanecem os mesmos em todas as épocas e em todos os lugares, mas as formas e os métodos de resolvê-los e as técnicas empregadas para tratar estes problemas mudam ao longo dos tempos. O Islam considera as duas possibilidades.
O Alcorão e a tradição do Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) contêm a orientação eterna de Deus a suas criaturas. O conhecimento e sabedoria de Deus vão além dos parâmetros de tempo e de espaço, e sob este aspecto os princípios de conduta e de comportamento ditados pela orientação divina se baseiam num conhecimento profundo da natureza do ser humano, e por isso são eternos. Mas Deus nos deu apenas os princípios e deixou-nos a tarefa de aplicá-los em todos os tempos, de acordo com o espírito e as condições que prevalecem nas diferentes épocas.
É notável que o Islam tenha aberto a porta para a diligência própria do homem em deduzir, à luz dos princípios eternos do Alcorão e da tradição do Profeta, soluções para as novas situações que surgem com o passar do tempo. Uma das bases da jurisprudência islâmica é exatamente o ljtihad (diligência própria e esforço dos sábios muçulmanos em achar soluções aos problemas de ordem jurídicas que surgem e que não possuem similares no passado). É mediante o ljtihad que os sábios muçulmanos de cada época tentaram implantar e aplicar a orientação divina para a solução dos problemas de seu tempo.
Vemos então que os princípios islâmicos são eternos e permanentes, enquanto que o método em- pregado para a sua aplicação pode sofrer mudanças, conforme as necessidades particulares de cada época. É a razão porque o Islam continua tão moderno quanto no alvorecer do dia seguinte.
7º- Os Arquivos Completos dos Ensinamentos são Preservados:
Finalmente, há o fato de que os ensinamentos do Islam são preservados na sua forma original, e a orientação divina está sempre disponível, sem nenhuma alteração. O Alcorão é revelado por Deus e foi transmitido minuciosamente ao longo da história, de modo que passaram-se mais de 1400 anos e este Livro permanece na sua forma original.
Compilações autênticas da vida do Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) e de seus ensinamentos são disponíveis. Não há adulterações nesses arquivos históricos e únicos em seu gênero.
A tradição do Profeta Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) foi transmitida com uma precisão e autenticidade sem precedente. Mesmo os críticos não muçulmanos aceitam este fato inegável. O professor Reynold A. Nicholson, na página 143 de seu livro “Literary History of the Arabs” afirma:
“O Alcorão é um documento humano ao extremo, refletindo cada fase da relação de Muhammad ﷺ (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) aos eventos externos de sua vida; temos, então, aí matérias de uma autenticidade única e incontestável, para traçar a origem e o primeiro desenvolvimento do Islam. Tais matérias não possuem equivalente no budismo, cristianismo, ou qualquer outra religião antiga.”
Estas são algumas das peculiaridades evidentes do Islam. Elas estabelecem sua superioridade como sendo a religião mais adequada ao ser humano, a religião do futuro. Estes aspectos tocaram os sentimentos e foram apreciados por milhares de pessoas no passado e no presente, e deixaram claramente que o Islam é a religião da verdade e também o melhor caminho para o homem; e continuará a tocar os corações no futuro. Os homens dotados de coração puro e um desejo sincero de achar a verdade continuarão a dizer para sempre:
“Testemunho que não há divindade além de Deus
e que Muhammad é Seu servo e Mensageiro.”